Lysandro era um jovem apaixonado pelas artes, em especial pelo teatro. Desde cedo, ele buscava conhecer e explorar as diversas facetas da dramaturgia, estudando autores de diferentes épocas e nacionalidades. Porém, em meio a tantos nomes e obras que lhe chamavam a atenção, havia um que se destacava em sua preferência: Molière.
O dramaturgo francês, nascido em 1622, foi uma das maiores estrelas do teatro do século XVII, deixando um legado inestimável na história da arte dramática. Conhecido principalmente por suas comédias, Molière soube como ninguém fazer rir através de sátiras sociais, em que denunciava problemas como a hipocrisia, a corrupção e o preconceito. Além disso, também produziu obras trágicas de grande poder emocional, como O Misantrópico, uma das peças mais aclamadas de sua carreira.
Foi essa variedade temática e estilística em sua obra que mais atraiu Lysandro para o trabalho de Molière. O jovem sempre foi um ávido leitor e espectador das comédias clássicas, e com Molière isso se intensificava ainda mais. Algumas das obras que mais o marcaram foram O Tartufo, O Avarento, As Preciosas Ridículas e O Doente Imaginário.
O Tartufo, por exemplo, é uma das peças mais conhecidas de Molière e uma das mais importantes do teatro francês como um todo. Nela, o autor cria um personagem que engana uma família rica com sua suposta religiosidade, levando-os a fazer sacrifícios financeiros enormes em nome da falsa fé. A acidez da crítica social e a habilidade em fazer o público rir através desse personagem foram o que mais encantaram Lysandro na obra.
Já em O Avarento, Molière retrata a vida de um homem que só pensa em dinheiro, chegando a prejudicar sua própria família em favor de sua poupança. A peça é uma das conhecidas como comédias de costumes, em que o autor mostra os defeitos e vícios da sociedade de sua época através do humor. Para Lysandro, essa era uma forma inteligente e eficaz de fazer o público refletir sobre questões importantes, sem ser enfadonho ou moralista.
Por fim, O Doente Imaginário é uma peça trágica em que o personagem principal é cronicamente doente, mas acaba descobrindo que sua enfermidade era na verdade uma criação da própria mente, fruto de suas paranóias e medos. Mais uma vez, Molière mostra sua habilidade em tratar de temas profundos de forma acessível e divertida. Lysandro se interessava especialmente pela tensão dramática da peça e pelo modo como o autor conseguia conduzir a plateia às lágrimas e ao riso ao mesmo tempo.
Foi através dessas e outras obras de Molière que Lysandro engajou-se cada vez mais no mundo do teatro e decidiu seguir a carreira de dramaturgo. Influenciado pela leveza e sagacidade das comédias francesas, ele desenvolveu seu próprio estilo, buscando sempre abordar temas importantes de forma descontraída. Porém, nunca se esqueceu da influência que Molière exerceu sobre seu trabalho, lembrando sempre com carinho o primeiro contato que teve com as obras do grande mestre.
Hoje, Lysandro é um dos nomes mais renomados do teatro brasileiro e um dos mais respeitados na cena internacional. Sua trajetória artística é marcada pela ousadia e pela criatividade, sempre em busca de novas maneiras de levar ao público reflexões importantes sobre a vida e a sociedade. E em sua estante de livros e peças de teatro, Molière ocupa um lugar especial, como um mestre e um amigo que nunca o abandonou.
